Psiquiatria - Perguntas respondidas
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Primeiro, é importante você saber que nem o diazepam nem o clonazepam tratam a depressão.
O clonazepam e o diazepam são medicações tranquilizantes e, às vezes, são usadas para ajudar pessoas a dormir.
São medicações cujo uso tem sido cada vez mais desestimulado por aqueles que estudam o assunto: elas causam dependência e prejudicam a memória. E, como você deve ter percebido, depois de um tempo de uso eles podem parar de funcionar. Aí, as pessoas aumentam a dose e, depois de um tempo, o processo se repete.
Para você ter uma ideia, hoje em dia se recomenda que, quando se dão medicações desta classe (os da embalagem com faixa preta) para insônia, elas devem ser dadas por um máximo de duas semanas.
Além do que, não se costuma dar duas medicações "faixa preta" ao mesmo tempo. Ou se usa uma ou a outra.
Primeiramente, há necessidade de saber se sua depressão está controlada. Se ela não estiver, a primeira medida é tratá-la. No tratamento da depressão, dependendo da pessoa, podem ser usadas medicações antidepressivas que sejam mais sedativas, que causem mais sonolência. Frequentemente, usando essas medicações à noite, além de tratar a depressão, seu sono também melhora.
Muitas vezes, quando a depressão é controlada, o sono também volta ao normal.
Entretanto, a insônia pode ter várias outras causas, como doenças físicas ou problemas respiratórios.
Se sua insônia não for nem consequência de doenças físicas nem da depressão, existem técnicas, chamadas de higiene do sono, que costumam melhorar muito o sono. Elas podem ser usadas mesmo por pessoas deprimidas, só que podem não ser tão eficazes:
1 - Jamais ir para a cama sem sono, esperar o sono chegar; se não estiver com sono, sente num sofá ou numa poltrona e leia alguma coisa tranquila ou folheie uma revista com assuntos tranquilos ou escute uma música tranquila ou ainda assista a um filme tranquilo. (Veja que usei o termo tranquilo várias vezes, pois se você assistir a filmes de suspense, ler romances policiais ou ficar jogando no computador ou lavando louça, você pode ficar mais alerta ao invés de relaxar.)
2 - Se acordar no meio da noite e não conseguir adormecer de novo em 15 a 20 minutos, use as mesmas técnicas descritas acima. Volte para a cama apenas "morrendo" de sono.
3 - Mesmo que tiver insônia e tiver dormido muito pouco, não acorde mais tarde nem tire cochilos, pois isto pode reforçar o problema da insônia, na noite seguinte. Acorde cedo e mantenha-se ativo, inclusive aos fins de semana e nos feriados, pelo menos durante a fase de tratamento da insônia.
3 - Não fique preocupada em dormir 8 horas por noite: as necessidades de sono são muito individuais e não existe um tempo "certo" para dormir. Não existem evidências de que ter algumas noites de insônia seja muito prejudicial para o organismo, porém se você se preocupar demais em dormir, aí não vai conseguir, mesmo.
4 - Se for fumante, faça um tratamento, pois a nicotina é um estimulante e prejudica o sono.
5 - Evite bebidas com cafeína, como café, chá preto, chá mate, ginseng. Se for tomar, beba o menos possível e, de preferência, não use depois do horário do almoço.
6 - Exercícios regulares são uma boa forma de melhorar o sono naturalmente. Podem ser caminhadas, corridas, natação, hidroginástica. Quanto mais vezes por semana, melhor. Entretanto, evite fazer estes exercícios próximo ao seu horário de dormir, pois você pode ficar muito "ligada". De preferência termine de fazê-los 4 ou no mínimo 2 horas antes.
Se seguir estas orientações, em algumas semanas geralmente o sono melhora e, após alguns meses, fica normal.
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Pessoas bipolares apresentam períodos geralmente bem definidos de crises de depressão (semanas a meses de duração), intercaladas com períodos (dias ou semanas de duração) em que ficam muito aceleradas, pensam e falam mais rápido que seu normal, sentem menos necessidade de dormir; o desejo sexual pode aumentar muito; frequentemente, as pessoas passam a gastar excessivamente ou fazer negócios arriscados. Podem ser excessivamente alegres ou eufóricos, assim como excessivamente irritáveis.
 
Se você não sente vontade de viver, tem a auto-estima baixa e se sente muito irritada, talvez tenha um quadro de depressão unipolar.
 
Se for realmente bipolar, o principal tratamento é com estabilizadores de humor e, se forem usados apenas antidepressivos, o problema pode piorar.
 
Se for uma depressão unipolar, existem vários antidepressivos que podem tratar o seu problema.
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Boa tarde, o ideal seria levá-lo numa consulta com o Psiquiatra para poder realizar uma avaliação diagnóstica e planejar o tratamento adequado.
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O transtorno de personalidade borderline é caracterizado por uma grande instabilidade nos objetivos, nos afetos e nos comportamentos em geral, ao longo da vida. São pessoas que alternam facilmente do amor ao ódio (sobretudo, se são frustradas), começam coisas e não terminam, passando de uma atividade a outra (trabalhos, estudo), frequentemente têm história de múltiplos relacionamentos, que se rompem, entre outros motivos, pela facilidade de odiar, perante frustrações. A pessoa com transtorno borderline frequentemente tem uma sensação contínua de um vazio, que a faz sofrer muito e o tenta preencher com vários tipos de estímulos (envolvimentos afetivos, drogas). Tentativas de suicídio e auto-mutilação também são frequentes.
Não há um tratamento específico para o transtorno borderline. A psicoterapia cognitivo-comportamental tem se mostrado útil e o psiquiatra pode usar medicamentos específicos para os outros transtornos, que frequentemente são concomitantes com o transtorno borderline, tais como transtornos ansiosos e depressivos.
Entretanto, existe uma tendência, incorreta, de alguns psiquiatras rotularem como borderline quaisquer pacientes mais instáveis e difíceis de tratar. Muitas vezes, ao longo de trinta anos de experiência, encontrei pacientes que foram diagnosticados como borderline e eram, na verdade, bipolares. E o transtorno bipolar, ao contrário do borderline, tem tratamento medicamentoso bastante eficiente e, se for este o caso de seu marido, o prognóstico é muito melhor.
Você deve procurar um psiquiatra com prática com pacientes borderline. Ele poderá orientar você sobre como conseguir trazer a pessoa para atendimento e como pode influenciá-la para aceitar tratar-se e melhorar.
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Não é normal a pessoa sentir vontade de chorar e se matar. Pode estar, simplesmente, passando por uma situação muito estressante ou estar apresentando um episódio depressivo. Deve, o mais rápido possível, procurar um psiquiatra para esclarecer a origem destes sintomas e orientar o tratamento adequado.