Psiquiatria - Perguntas respondidas
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Ansiedade é um termo que aparece em vários transtornos psiquiátricos, em cada um deles com sentido ligeiramente diferente: há as pessoas com preocupações excessivas e sintomas físicos de ansiedade (tremores, palpitações, suor, dificuldades de concentração, insônia, tonturas); há as que tem crises súbitas de medo, angústia e também sintomas físicos, no transtorno de pânico. Há as que têm um grande medo de passarem vergonha, de serem julgadas negativamente e, por isto, evitam fazer coisas em frente a outras pessoas. Existem pessoas que são excessivamente detalhistas, rígidas e exigentes, o que também constitui um tipo de ansiedade. Assim, primeiramente, você deve procurar saber qual o tipo de ansiedade que você tem.
 
"Estressado" é um termo inexistente, em Psiquiatria, mas que geralmente se refere a pessoas ansiosas, preocupadas, exigentes consigo mesmos e com os outros e, frequentemente, também irritadas.
 
Ficar triste por causa do término de um namoro sério, por sua vez, é um fenômeno normal, a não ser que esta tristeza seja muito profunda, dure a maior parte do tempo, tenha uma duração muito longa e inclua sintomas como insônia ou excesso de sono, grande diminuição ou aumento do apetite, dificuldades de concentração, pensamento lentificado, ideias tristes ou negativas, que vão desde uma baixa auto-estima e pessimismo exagerado até ideias de que não vale a pena viver ou mesmo pensamentos suicidas. Neste caso, pode tratar-se de uma depressão.
 
O Espran* é o escitalopram, uma medicação usada no tratamento tanto da ansiedade quanto da depressão. O Lamitor* é a lamotrigina, uma droga desenvolvida inicialmente para o tratamento de epilepsias, mas que passou a ser usada também como estabilizador do humor ou para potencializar o efeito de remédios antidepressivos.
 
Assim:
 
- é possível que você esteja somente sob efeito da sua ruptura de relacionamento e que isto vá melhorar espontaneamente;
 
- é possível que esteja deprimida ou com um transtorno ansioso e haja necessidade de mudanças em sua medicação;
 
Se não estiver em tratamento com psiquiatra, pode ser interessante procurar um especialista.
 
Além do tratamento psiquiátrico, uma psicoterapia com psiquiatra ou psicólogo pode ser útil para discutir sua relação com o trabalho e eventuais aspectos mais difíceis de seus relacionamentos com outras pessoas. São apenas ideias, dado que uma indicação precisa só é possível mediante uma avaliação pessoal. Mas, em geral, são estas as formas de ajudar as pessoas em seus sofrimentos.
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Este tipo de dificuldade pode ter várias origens, podendo, inclusive, ser apenas uma dificuldade de se organizar. Um psicopedagogo pode ser útil para ajudá-la.
 
Outras vezes, pessoas podem ter sintomas de transtorno de déficit de atenção-hiperatividade (TDAH), seja o transtorno completo, quanto apenas alguns aspectos dele. Um psiquiatra saberá diagnosticar se há presença de TDAH e, se houver, o tratamento costuma melhorar muito o desempenho das pessoas.
 
Finalmente, há pessoas que ficam tão ansiosas, ao realizarem provas, que esquecem momentaneamente o que aprenderam e, com isto, pioram seu desempenho. Nestes casos, um psicopedagogo e uma abordagem psicoterápica podem ser úteis.
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Há vários conceitos diferentes de alucinação, alguns consideram alucinações apenas quando são no contexto de um quadro de psicose e a percepção do paciente em relação a toda a realidade está alterada e outros consideram alucinações quaisquer percepções que ocorrem na ausência de um estímulo.
Assim, há variados graus de "realidade" das alucinações. As alucinações que ocorrem, por exemplo, em alterações cerebrais mais grosseiras (por exemplo, resultantes de tumores ou lesões tóxicas do cérebro) são claramente vivenciadas como provindo do mundo externo, ao ponto de a pessoa eventualmente tentar achar o local de onde vem a alucinação. No caso da psicose esquizofrênica, a alucinação frequentemente é intermediária entre a imaginação e a realidade, encontra-se mais no mundo interno - o esquizofrênico ouve as vozes, por exemplo, pode até falar com elas, mas não passa por sua cabeça procurar as pessoas "que falam" - elas se encontram "dentro" de sua mente.
Estas diferenças fenomenológicas são importantes no diagnóstico psiquiátrico.
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É essencial levá-la a um psiquiatra para que o tratamento adequado seja iniciado e os sintomas possam ser reduzidos e, por fim, que desapareçam; contudo, se os sintomas estiverem muito expressivos [não toma banho há muito tempo, agressividade física contra si mesmo e aos outros, alucinações auditivas muito intensas], o ideal é a paciente ser levada à internação psiquiátrica. No tratamento em internação, existe uma facilidade maior em manejar as medicações, segurança completa para o paciente no que diz respeito aos seus sintomas, assim como a possibilidade da família se manejar melhor.
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Como os colegas já disseram, sua irmã deve ser avaliada por um Psiquiatra, e o mais "urgentemente" possível. O gradativo desaparecimento, em nosso país, de Emergências Psiquiátricas capacitadas, na Rede Pública, fruto do descaso de nossos governantes, é extremamente grave. Você descreveu, no caso em sua irmã, um quadro típico a exigir atendimento psiquiátrico EMERGENCIAL. Espero que ela tenha conseguido atendimento adequado e esteja melhor!
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A clássica separação que se fazia, em Psiquiatria e Neurologia entre transtornos "Orgânicos" e "Psíquicos", com o maior conhecimento sobre o funcionamento cerebral, cada vez perde mais o sentido. Imagino que a sua pergunta se refere a Enfermidades ou Transtornos que poderiam produzir o sintoma "alucinações visuais". Eu diria que tanto a adequada caracterização deste sintoma, quanto a subsequente avaliação de uma possível etiologia (causa) estariam a exigir adequada e detalhada avaliação médica, Psiquiátrica e Clínica.
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O Classificação Interna de Doenças, da Organização Mundial da Saúde (OMS) define os transtornos mentais orgânicos como sendo um agrupamento que "compreende uma série de transtornos mentais reunidos tendo em comum uma etiologia demonstrável tal como doença ou lesão cerebral ou outro comprometimento que leva à disfunção cerebral".
Ou seja, apesar de grande parte (ou a maioria) dos transtornos psiquiátricos classificados ter origem cerebral, o conceito de organicidade se refere à possibilidade de se encontrar uma lesão ou alteração funcional como causa da alteração psiquiátrica. Certamente se trata de um conceito grosseiro, pois à medida que se forem descobrindo as causas dos transtornos psiquiátricos, este agrupamento vai aumentar de tamanho. Por outro lado, há uma diferença prática, no sentido de que, nos casos dos transtornos mentais orgânicos, muitas vezes é possível combater a causa - e não apenas controlar o transtorno, como ocorre nos transtornos restantes. Assim, se for observado que uma depressão possivelmente decorreu de um acidente vascular cerebral (AVC) ou um quadro alucinatório proveio de um foco epiléptico, os tratamentos não serão baseados apenas no uso das medicações psiquiátricas habituais.
O Manual de Diagnóstico e Estatística da Associação Psiquiátrica Americana, em sua quinta edição (DSM 5) não utiliza o termo "transtorno mental orgânico", mas o conceito se mantém, na medida em que vários transtornos listados tem um item "devido a outra condição médica", que conceitualmente é o mesmo que o transtorno mental orgânico.
Dito isto, em relação especificamente à sua pergunta, pode-se dizer que pode haver muitas causas "orgânicas" de alucinações visuais. Aliás, apesar de haver descrição de alucinações visuais em pacientes esquizofrênicos, a predominância de alucinações visuais por si só já aumenta as suspeitas de causa "orgânica". As causas são muitas mas, como exemplo, podem ser mencionadas as seguintes.
- crises epilépticas;
- enxaquecas;
- tumores;
- AVC;
- infecções cerebrais ou em outras áreas do organismo, mas que indiretamente afetem o cérebro, por exemplo através da liberação de toxinas;
- aneurismas cerebrais;
- intoxicação medicamentosa ou por abuso de substâncias. -
As causas são inúmeras:
- crises epilépticas;
- enxaquecas graves;
- tumores no sistema nervoso central;
- Acidente Vascular Cerebral (derrame);
- infecções cerebrais tipo meningites ou encefalites;
- infecções em outras áreas do organismo, mas que indiretamente afetem o cérebro, por exemplo através da liberação de toxinas;
- aneurismas cerebrais;
- intoxicação medicamentosa;
- abuso de substâncias ou drogas ilícitas, especialmente LSD, cogumelos alucinógenos, anfetaminas e maconha.




