Psiquiatria - Perguntas respondidas
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Você está com um quadro de fobia. O mais provável é que seja uma agorafobia, que é um medo excessivo de lugares com muita gente. Pode ser, também, uma fobia social, se é um medo excessivo de ser observado(a) e julgado(a) ou de passar vergonha.
 
Os tratamentos para estes quadros costumam ser muito eficazes e geralmente se baseiam em exercícios comportamentais que ajudam a pessoa, aos poucos, a enfrentar seus medos.
 
Tente chamar alguém para acompanhá-lo(a) ao médico. Às vezes, isto facilita. Caso mesmo isto lhe esteja sendo impossível, procure alguém que faça atendimentos a domicílio.
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A tricofagia é o ato de comer cabelos ou pelos. Geralmente (mas nem sempre) está associada à tricotilomania ou seja, um impulso quase irresistível que a pessoa tem de arrancar cabelos ou pelos.
Uma das consequências da tricofagia é que se podem formar, no estômago ou no intestino, verdadeiras bolas de pelos, chamadas de bezoares. Os bezoares podem levar a quadros de dor abdominal que requerem procedimentos endoscópicos ou mesmo cirúrgicos.
O tratamento da tricotilomania e da tricofagia geralmente se baseia em técnicas comportamentais: procura-se determinar quais são as situações em que a pessoa mais sente necessidade de arrancar cabelos: por exemplo, eventos estressantes, tédio, cansaço, etc. Faz-se uma análise de como prevenir algumas destas situações de risco e, também, procura-se fazer com que a pessoa adote comportamentos alternativos, quando não for possível preveni-las. Por exemplo, uma técnica simples envolve o uso de "brinquedos" peludos e a pessoa manipula estes objetos ao invés de manipular seus próprios cabelos.
Usam-se, também, algumas técnicas aversivas como, por exemplo, combinar com a pessoa que não esconda as clareiras que deixa em seu cabelo ou que recolha e junte os fios de cabelos que arranca, de modo a encarar o prejuízo que está causando para si mesma.
Existem alguns remédios que estão sendo estudados para a tricotilomania, porém ainda estão em estágio experimental: a olanzapina (um antipsicótico), a N-acetilcisteína (usada para tornar o muco mais fluido) e a dronabinol (um derivado da maconha).
Pessoalmente, tive alguns resultados positivos após o uso do topiramato, mas é importante que se saiba que não é um tratamento comprovado.
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As crises de despersonalização, nas quais a pessoa sente um estranhamento em relação ao seu próprio eu, podem ter várias causas como, por exemplo, quadros psicóticos ou ansiedade.
 
A crise pode durar segundos, minutos ou horas e, geralmente, passa sozinha. Deve-se procurar uma avaliação psiquiátrica para conhecer as causas e, eventualmente, instituir um tratamento.
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A sertralina é uma medicação para ansiedade e, se suas crises de despersonalização forem devidas à ansiedade, devem melhorar com a sertralina.
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Sugiro que você discuta essa proposta com seu médico, para que você entenda de forma bem clara o motivo pelo qual ele está sugerindo esta alteração. As maiores razões para troca de medicamentos são a ausência de melhora ou melhora apenas parcial dos sintomas, e a presença de efeitos colaterais intoleráveis. Dependendo do seu diagnóstico, contudo, o médico pode ter feito esta proposta para introduzir uma medicação melhor indicada ao seu transtorno.
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Não é possível fazer nenhuma sugestão sem conhecer seu caso.
 
Do ponto de vista farmacológico, a desvenlafaxina (substância contida no Pristiq*) é um antidepressivo eficaz, assim como pode ser eficaz em casos de ansiedade.
 
De modo geral, quando doses máximas (cerca de 60 mg) de paroxetina não trazem controle suficiente após um período de semanas a meses, opta-se por potencializar o efeito da paroxetina (isto é, acrescentar outras medicações) ou trocá-la por medicações mais potentes, como é o caso da desvenlafaxina.
 
Na verdade, a única coisa que chama a atenção em sua pergunta é por que você tomou paroxetina por tanto tempo. Se isto ocorreu porque, inicialmente ela controlou seu problema e, depois, sua eficácia diminuiu (o que pode ocorrer), a conduta estaria correta. Da mesma forma, estaria correta se, com a paroxetina, foi obtido um controle parcial mas, quando se tenha tentado potencializar o efeito dela ou trocá-la por outro medicamento, as respostas foram piores ou houve um excesso de efeitos colaterais. Outro aspecto que o médico não pode prever é quando o paciente diz que está "bem" mas, na verdade, ainda apresenta restos de depressão que não relatou ao médico.
 
Se, entretanto, estava claro que seu problema foi suficientemente controlado pela paroxetina, ela não deveria ter sido mantida por tanto tempo.
 
Finalmente, se não foi atingida a dose máxima da paroxetina, pode ser interessante, antes de trocá-la por outra medicação, tentar doses mais altas da própria paroxetina.


